Fome e soberania alimentar entre os Kaiowa e Guarani no Brasil

Autores

  • Nádia Heusi Silveira Instituto Nacional de Ciencia y Tecnología Brasil Plural https://orcid.org/0000-0003-1484-6851

    Doutora em Antropologia Social pela Universidade Federal de Santa Catarina, pós-doutoranda pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Brasil Plural, associada à Rede "Saúde: práticas locais, experiências e políticas públicas". Atua na área de antropologia, com ênfase no campo da saúde. Editou a Revista Tellus entre 2005 e 2013. É uma das organizadoras da coletânea "Diálogos com os Guarani: articulando compreensões antropológicas e indígenas". Florianópolis, EdUFSC, 2016. Alguns artigos recentes: Equipamentos de saúde e processos de atenção - tópicos para pensar ações do Estado voltadas aos povos indígenas. Anuário Antropológico, v. 43, p. 197-222, 2018.; Políticas indigenistas na aldeia e práticas alimentares entre os Guarani Mbya. Revista Anthropologicas, v. 28, p. 204-222, 2017.; Discriminação, impasses sociais em Mato Grosso do Sul e o bem-viver kaiowa e guarani. In: LANGDON, E. J.; GRISOTTI, M. (Orgs) Políticas públicas: reflexões antropológicas. Florianópolis: EdUFSC, 2016.; Culinária mbya, um modo da persistência guarani. In: SILVEIRA, N. H.; MELO, C. R.; JESUS, S. C. (orgs) Diálogos com os Guarani: articulando compreensões antropológicas e indígenas. Florianópolis, EdUFSC, 2016.

DOI:

https://doi.org/10.18800/anthropologica.202001.004

Palavras-chave:

soberania alimentar, território tradicional, rituais do milho, insegurança alimentar, Kaiowa e Guarani

Resumo

Ao longo dos últimos 70 anos, os Kaiowa e Guarani que vivem no Brasil sofreram a perda massiva de seus territórios tradicionais. Tomando a situação da Terra Indígena Caarapó, argumenta-se que a expropriação territorial e as políticas públicas que a promoveram conduziram a mudanças sociais e ambientais significativas e desagregadoras, as quais comprometeram a soberania alimentar entre os Kaiowa e Guarani. Mostra-se que os rituais não mais realizados, ligados à produção agrícola, eram eventos que produziam a reciprocidade ampliada entre as parentelas, além da fartura de alimentos. Conclui-se que o enfrentamento da situação por parte do Estado, no que diz respeito à garantia da segurança alimentar e nutricional destes povos, tem sido parcial e pouco promissor.

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Publicado

2020-03-12

Como Citar

Heusi Silveira, N. (2020). Fome e soberania alimentar entre os Kaiowa e Guarani no Brasil. Anthropologica, 38(44), 71–100. https://doi.org/10.18800/anthropologica.202001.004