Liturgias de la empatía
Formación de espiritualidades en la lucha contra la violencia de género
DOI:
https://doi.org/10.18800/anthropologica.202502.007Palavras-chave:
Espiritualidades seculares, Políticas de gênero, Rituais laicos, Testemunho emocional, América LatinaResumo
As políticas públicas podem gerar espiritualidade? Este artigo demonstra que oficinas para a prevenção da violência realizados no Brasil e no México geram uma espiritualidade laica, onde a empatia é ritualizada, o testemunho funciona como liturgia e o Estado delimita moralmente as vítimas dos delitos. Através da etnografia, vemos como essas práticas, ainda que secularizadas, refletem dinâmicas religiosas (comunidades emocionais, redenção). O estúdio promove debates sobre a reinvenção do sagrado em espaços burocráticos e nos embates entre atores progressistas e conservadores na América Latina.
Downloads
Referências
Abu-Lughod, L. (1990). Shifting Politics in Bedouin Love Poetry. En L. Abu-Lughod & C. Lutz (Eds.), Language and the Politics of Emotion (pp. 24-45). Cambridge University Press.
Amaral, L. (2000). Carnaval da alma: comunidade, essência e sincretismo na Nova Era. Editora Vozes.
Asad, T. (1996). Comments on Convertion. En P. Van der Veer (Org.), Conversion to Modernities: The Globalization of Christianity (pp. 263-273). Routledge.
Asad, T. (2003). Formations of the Secular. Christianity, Islam, Modernity. Standford University Press.
Barthe, Y. (2021). Elementos para uma sociologia da vitimização. En T. Rifiotis & J. Segata (Orgs.), Políticas etnográficas no campo da moral (pp. 119-144). ABA Publicações.
Bastos, C. (2023). Peregrinação, devoção e individualismo: o contexto do yoga e vedanta no Rio de Janeiro. Mana 29(1), 1-29. http://doi.org/10.1590/1678-49442023v29n1e2023003.pt
Bateson, G. (2008). Naven. Um exame dos problemas sugeridos por um retrato compósito da cultura de uma tribo da Nova Guiné, desenhado a partir de três perspectivas. EDUSP.
Beiras, A., & Bronz, A. (2016). Metodologia de grupos reflexivos de gênero. Instituto Noos.
Berger, P. (2000). A dessecularização do mundo: uma visão global. Religião e Sociedade, 21(1), 9-24. https://religiaoesociedade.org.br/revistas/v-21-no-01
Boltanski, L. (1993). La souffrance à distance. Morale humanitaire, médias et politique. Gallimard.
Borneman, J. (2015). Cruel Attachments. The Ritual Rehab of Child Molesters. The University of Chicago Press.
Bourdieu, P. (2006). A distinção. Crítica social do julgamento. EDUSP.
Buruma, I. (julio de 2023). Doing the Work. The Protestant ethic and the spirit of wokeness. Harper’s Magazine. https://harpers.org/archive/2023/07/protestant-ethic-and-the-spirit-of-wokeness/
Cavalcanti, M. (2013). Drama, ritual e performance em Victor Turner. Sociologia & Antropologia, 3(6), 411-440. https://doi.org/10.1590/2238-38752013v363
Comerford, J. (2003). Como uma família. Sociabilidade, territórios de parentesco e sindicalismo rural. Relume Dumará.
Craveri, M., & Losonczy, A. (2017). Enfants du Goulag. Éditions Belin.
Csordas, T. (1997). The Sacred Self: A Cultural Phenomenology of Charismatic Healing. University of California Press.
Das, V. (2008). Trauma y testimonio. En F. Ortega (Ed.), Veena Das: Sujetos del dolor, agentes de dignidad (pp. 145-170). Centro de Estudios Sociales, Universidad Nacional de Colombia.
Debert, G., & Gregori, M. F. (2008). Violência e gênero: novas propostas, velhos dilemas. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 23(66), 165-211. https://doi.org/10.1590/S0102-69092008000100011
Duarte, L. F. D. (en prensa). Alhures em Mim: a Espiritualidade na Cosmologia Ocidental Moderna. En S. Carneiro, R. Toniol & C. Brito (Orgs.), Religião e Espiritualidade: Desafios e Atravessamentos Conceituais (título provisório). Editora Mórula.
Duarte, L. F. D. (2005). Ethos privado e justificação religiosa. Negociações da reprodução na sociedade brasileira. En M. Heilborn, L. F. Duarte, C. Peixoto & M. Lins de Barros (Orgs.), Sexualidade, família e ethos religioso (pp. 137-170). Garamond Universtária.
Duarte, L. F. D. (2009). Família, moralidade e religião: tensões contrastivas contem porâneas em busca de um modelo. En G. Velho & L. F. Duarte (Orgs.), Gerações, família e sexualidade (pp. 17-45). 7Letras.
Duarte, L. F. D. (2012). O paradoxo de Bergson: diferença e holismo na antropologia do Ocidente. Mana, 18(3), 417-448. https://doi.org/10.1590/S0104-93132012000300001
Duarte, L. F. D., Barsted, L. L., Taulois, M. R., & Garcia, M. H. (1993). Vicissitudes e limites da conversão à cidadania nas classes populares brasileiras. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 8(22). https://anpocs.org.br/1993/06/13/vol-8-no-22-sao-paulo-1993/
Duarte, L. F. D., & Martínez-Moreno, M. J. (2024). The Person in Contemporary Contexts of Right-wing Populism: An Uncomfortable Study. Vibrant: Virtual Brazilian Anthropology, 21, 1-23 https://doi.org/10.1590/1809-43412024v21e211002
Duarte, L. F. D., & Menezes, R. (2017). Transpersonal Ether: Personhood, Family and Religion in Modern Societies. Vibrant – Virtual Brazilian Anthropology, 14(1), 1-17. https://doi.org/10.1590/1809-43412017v14n1p001
Dullo, E. (2011). Uma Pedagogia da Exemplaridade: a dádiva cristã como gratuidade. Religião e Sociedade, 31(2), 105-129 https://doi.org/10.1590/S0100-85872011000200006
Dullo, E. (2015). Seriously Enough? Describing or Analysing the Native(s)’s Point of View. En J. Carrier (Ed.), After the Crisis. Anthropological Thought, Neoliberalism and the Aftermath (p. 133-153). Routledge.
Dumont, L. (1970). Homo Hierarchicus. The Caste System and its Implications. The University of Chicago Press.
Dumont, L. (1985). O individualismo: uma perspectiva antropológica da ideologia moderna. Rocco.
Fassin, D. (2006). Souffrir par le social, gouverner par l’écoute. Une configuration sémantique de l’action publique. Politix, 73(1), 137-157. https://shs.cairn.info/revue-politix-2006-1-page-137?lang=fr
Fassin, D. (2019). As economias morais revisitadas. En T. Rifiotis & J. Segata (Orgs.), Políticas etnográficas no campo da moral (pp. 51-80). ABA Publicações.
Fassin, D., & Rechtman, R. (2009). The Empire of Trauma. An Inquiry into the Condition of Victimhood. Princeton University Press.
Freud, S. (2016). Psicología de las masas y análisis del yo. Amorrortu editores.
Freud, S. (2018). Moisés e o monoteísmo: três ensaios. En Moisés e o monoteísmo, compêndio de psicanálise e outros textos (1937-1939) (pp. 13-188). Companhia das Letras.
Geertz, C. (2005). La religión como sistema cultural. En La interpretación de las culturas (pp. 87-117). Editorial Gedisa.
Guedes, A. (2024). These Men in Love with Mining Companies and Pickup Trucks: Moralities and Knowledge Practices of the Deserts and Movements of the Economy. Vibrant – Virtual Brazilian Anthropology, 21, 1-21. https://doi.org/10.1590/1809-43412024v21e211011
Gennep, A. V. (2011). Os ritos de passagem. Vozes.
Gregori, M. F. (1989). Cenas e queixas. Mulheres e relações violentas. Novos Estudos CEBRAP, 23, 163-175. https://novosestudos.com.br/produto/edicao-23/
Gregori, M. F. (2010). Violence and Gender. Political Paradoxes, Conceptual Shifts. Vibrant: Virtual Brazilian Anthropology, 7(2), 216-235. https://vibrant.org.br/issues/v7n2/maria-filomena-gregori-violence-and-gender/
Haraway, D. (1991). Ciencia, ciborgs y mujeres. La reinvención de la naturaleza. Ediciones Cátedra, Universitat de València.
Hatzikidi, K. (2024). The Ambiguous Other. Engaging with Far Right and other Uncomfortable Subjectivities. Vibrant – Virtual Brazilian Anthropology, 21. https://doi.org/10.1590/1809-43412024v21e211010
Heilborn, M. L., & Sorj. B. (1999). Estudos de gênero no Brasil. En S. Micelli (Org.), O que ler na ciência social brasileira (1970-1995) (pp. 183-221). Editora Sumaré.
Hervieu-Lérger, D. (1997). Representam os surtos emocionais contemporâneos o fim da secularização ou o fim da religião? Religião e Sociedade, 18(1), 31-47. https://religiaoesociedade.org.br/revistas/v-18-no-01
Hervieu-Lérger, D. (2008). O peregrino e o convertido. A religião em movimento. Editora Vozes.
Hubert, H., & Mauss, M. (2005). Sobre o sacrifício. Cosac Naify.
Jacobo, F., & Martínez-Moreno, M. J. (Eds.). (2022). Las emociones de ida y vuelta. Experiencia etnográfica, método y conocimiento antropológico. Universidad Autónoma de México.
Jimeno, M. (2010). A vítima e a construção de comunidades emocionais. Mana, 16(1), 99-121. https://doi.org/10.1590/S0104-93132010000100005
Jimeno, M., Góngora, A., Martínez-Moreno, M. J., & Suárez, C. (2007). Manes, mansitos y manazos: una metodología de trabajo sobre violencia intrafamiliar y sexual. Centro de Estudios Sociales, Universidad Nacional de Colombia.
Jimeno, M., Varela, D., & Castillo, A. (2011). Después de la masacre: emociones y política en el Cauca indio. Centro de Estudios Sociales, Universidad Nacional de Colombia.
Keane, W. (2003). Self-Interpretation, Agency, and the Objects of Anthropology: Reflections on a Genealogy. Comparative Studies in Society and History, 45(2), 222-248. https://doi.org/10.1017/S0010417503000124
Keane, W. (2007). Christian Moderns. Freedom and Fetish in the Mission Encounter. University of California Press.
Keane, W. (2018) On Semeiotic Ideology. Signs and Society, 6(1), 64-87. https://doi.org/10.1086/695387
Latour, B. (2000). Jamais fomos modernos. Ensaio de antropologia Simétrica. Editora 34.
Leavitt, J. (1996). Meaning and Feeling in the Anthropology of Emotions. American Ethnologist, 23(3), 514-539. https://doi.org/10.1525/ae.1996.23.3.02a00040
Luckmann, T. (1973). La religión invisible. Gráficas Europa.
Luhrmann, T. (2020). Mind and Spirit: A Comparative Theory about Representation of Mind and the Experience of Spirit. Journal of The Royal Anthropological Institute, 26(1), 9-27. https://doi.org/10.1111/1467-9655.13238
Lutz, C. (1988). Unnatural Emotions. Everyday Sentiments on a Melanesian Atoll and Their Challenge to the Western Theory. Chicago University Press.
Mahmood, S. (2001). Feminist Theory, Embodiment, and the Docile Agent: Some Reflections on the Egyptian Islamic Revival. Cultural Anthropology, 16(2), 202-236. https://doi.org/10.1525/can.2001.16.2.202
Mahmood, S. (2019). Razão religiosa e afeto secular: uma barreira incomensurável. Debates do NER, 19(36), 17-56. https://doi.org/10.22456/1982-8136.99587
Malinowski, B. (1993). Magia, ciencia y religión. Planeta Agostini.
Martínez-Moreno, M. J. (2013). Un nuevo primitivo: cultura, género e igualdad en la transformación hacia una sociedad democrática. Revista de Antropologia, 56(1), 147-180. https://revistas.usp.br/ra/article/view/64489
Martínez-Moreno, M. J. (2022). Por el Jardín de las Delicias. Emocionalismo, acercamiento a la interioridad y alianza con la força. En F. Jacobo & M. J. Martínez-Moreno (Eds.), Las emociones de ida y vuelta. Experiencia etnográfica, método y conocimiento antropológico (pp. 113-136). Universidad Autónoma de México.
Martínez-Moreno, M. J. (2024). A vítima de Quetzalcóatl. Consciência de gênero, resistência masculina e atitude analítica diante da violência. Mana, 30(1), 1-35. https://doi.org/10.1590/1678-49442024v30n1e2024001.pt
Martínez-Moreno, M. J. (2025). A agência humana e a força. Emoção, conversão e resistência na judicialização da violência contra a mulher. Universidade Federal Fluminense, Autografia.
Martínez-Moreno, M. J., & Forero Angel, A. (2024). Introduction to the Dossier: Broadening the Horizons of Anthropological Understanding: Ethnographies with ‘Uncomfortable Otherness’. Vibrant – Virtual Brazilian Anthropology, 21, 1-10. https://doi.org/10.1590/1809-43412024v21e211001
Mauss, M. (2004). Uma categoria do espírito humano: a noção de pessoa, a de «eu». En Sociologia e antropologia (pp. 167-398). Cosac Naify.
Menezes, R. (2023). Marcel Mauss (1872-1950) – Religião em múltiplas perspectivas. En F. Teixeira & R. Menezes (Eds.), Antropologia da religião. Autores e temas (pp. 15-29). Editora Vozes.
Menezes, R., & Toniol, R. (Eds.). (2021). Religião e materialidades. Novos horizontes empíricos e desafios teóricos. Papéis Selvagens.
Merriman, D. (2018). Critical Visibility in Colombia: Victimhood, Reparations, and the Challenge of Visibilizarse [Tesis de doctorado, University of Colorado, Boulder].
Merry, S. (2006). Human Rights and Gender Violence. Translating International Law into Local Justice. The University of Chicago Press.
Meyer, B. (2012). Mediation and the Genesis of Presence. Towards a Material Approach to Religion. Universiteit Utrecht.
Obeyesekere, G. (1990). The Work of Culture: Symbolic Transformation in Psychoanalysis and Anthropology. University of Chicago Press.
Organização dos Estados Americanos. (1994). Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher. Belém do Pará, Brasil, 9 de junho de 1994. https://www.oas.org/juridico/spanish/tratados/a-61.html
Peebles, G. (en prensa). Debt in Anthropology. En I. Guérin, D. James, F. Neiburg, S. Ndongo & H. Ortiz (Eds.), Handbook on Debt. Routledge.
Peirano, M. (1993). As árvores Ndembu, uma re-análise. Anuário Antropológico, 15(1), 9-64. https://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/6439
Pereira, E., & Oliveira P. (2023). Religião e arte. En F. Teixeira & R. Menezes (Eds.), Antropologia da religião. Autores y temas (p. 275-293). Editora Vozes.
Reinhardt, B. (2025). Sobre fantasmas, agência e ética: apresentação a Política da Devoção. En S. Mahmood (Ed.), Política da devoção. O revivalismo islâmico e o sujeito feminista (pp. 9-56). Papéis Selvagens.
Reis, L. (2023). Materialidades – Religião, coisas e pessoas. En F. Teixeira & R. Menezes (Eds.), Antropologia da religião. Autores e temas (pp. 309-326). Editora Vozes.
Rifiotis, T. (2014). Judicialização dos direitos humanos, lutas por reconhecimento e políticas públicas no Brasil: configurações de sujeito. Revista de Antropologia, 57(1), 119-144. https://doi.org/10.11606/2179-0892.ra.2014.87755
Robbins, J. (2004a). The Globalization of Pentecostal and Charismatic Christianity. Annual Review of Anthropology, 33, 117-143. https://doi.org/10.1146/annurev.anthro.32.061002.093421
Robbins, J. (2004b). Becoming Sinners. Christianity and Moral Torment in a Papua New Guinea Society. University of California Press.
Salem, T. (1992). A despossessão subjetiva: dos paradoxos do individualismo. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 7(18), 62-77. https://anpocs.org.br/1992/02/28/vol-7-no-18-rio-de-janeiro-1992/
Salem, T. (2024). Grappling with Complexity in Research with the Military Police: The Far-right and Anthropology’s Civilizing Mission. Vibrant – Virtual Brazilian Anthropology, 21, 1-15. https://doi.org/10.1590/1809-43412024v21e211009
San Agustín. (1980). Confissões. Abril Cultural.
Sarti, C. (2004). O feminismo brasileiro desde os anos 1970: revisitando uma trajetória. Revista Estudos Feministas, 12(2), 35-50. https://doi.org/10.1590/S0104-026X2004000200003
Schneider, D. (2016). Parentesco americano. Uma abordagem cultural. Vozes.
Scott, J. W. (2018). Sex and Secularism. Princeton University Press.
Silva, K. (2012). As Nações Desunidas. Práticas da ONU e a Estruturação do Estado em Timor-Leste. Editora da Universidade Federal de Minas Gerais.
Simião, D. (2015). As donas da palavra. Gênero, justiça e a invenção da violência doméstica em Timor Leste. Editora Universidade de Brasília.
Strathern, M. (1992). After Nature: English Kinship in the Late Twentieth Century. Cambridge University Press.
Strathern, M. (2016). Sex and the Concept of the Person. En Before and After Gender (pp. 175-244). Hau Books.
Tambiah, S. (2017). Form and Meaning of Magical Acts. A Point of View. HAU. Journal of Ethnographic Theory, 7(3), 451-473. https://doi.org/10.14318/hau7.3.030
Turner, V. (2015). Do ritual ao Teatro: a seriedade humana de brincar. Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Vital da Cunha, C. (2020). Retórica da perda nas eleições presidenciais brasileiras em 2018: religião, medos sociais e tradição em foco. Plural, (6), 123-149. https://asociacionlatinoamericanadeantropologia.net/revistas/index.php/plural/article/view/153
Weber, M. (2013). La ética protestante y el espíritu del capitalismo. Península.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Marco Julián Martínez-Moreno

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.




