Retrato da intimidade
encenação do corpo só e poética da dor no monólogo Si te viera tu padre
DOI:
https://doi.org/10.18800/kaylla.202301.006Palavras-chave:
Monólogo Dramático, Teatro Contemporâneo, Dor, Intimidade, ComunidadeResumo
Este artigo tem como objetivo analisar a encarnação cênica do monólogo argentino Si te viera tu padre (2018), de Sofía López Fleming. Neste monólogo, cuja criadora é ao mesmo tempo dramaturga e atriz que encarna o texto em cena, estuda-se, a partir da abordagem da dimensão dramatúrgica ligada ao evento cênico (o encontro com o outro), os procedimentos textuais, poéticos, discursivos, cênicos e de representação da encarnação cênica da dor: como os corpos dramáticos falam, as palavras tocam o sentido e significam outros corpos, gerando um espaço erótico e intersubjetivo entre a cena e o público. Neste monólogo, o corpo feminino é apresentado como um território para a inscrição da dor. A escrita corporizada deste monólogo dramático configura uma discursividade que tensiona o espaço intersubjetivo entre eu-você, apelando ao choque e resultando no eu monologante, da intimidade, interpela o espectador, assumindo uma experiência de dor compartilhada, ou seja, uma experiência coletiva de dor. É na corporeidade que a prática dramatúrgica ganha força, ensaiando formas de compartilhar a solidão, a intimidade, a dor num ato público, convivial, ético-estético e político, e configurando um sofrer-junto, uma comunidade de enlutados onde pôr em comum as nossas feridas e dores singulares.
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