Chamada de Artigos
CHAMADA DE ARTIGOS
_______________________________
CHAMADA PERMANENTE: SEÇÃO FLUJO CONTINUO
A convocatória de artigos relacionados com temas como performance, teatro, dança, música, criação e produção cénica, e seus cruzamentos multi, inter e transdisciplinares, está aberta durante todo o ano para possível publicação e divulgação entre a comunidade de artistas, criadores e investigadores, e estes são publicados levando em conta a data de apresentação pelos autores.
Pode consultar a nossa chamada permanente para candidaturas clicando neste link: https://bit.ly/Kaylla_Convocatorias

_______________________________
CHAMADAS ANTERIORES
DOSSIÊ
KAYLLA N°3
AS ARTES CÊNICAS DISCUTINDO A HISTÓRIA
Editor: José Manuel Lázaro (Pontificia Universidad Católica del Perú)
Prazo: 30 de abril de 2025

Pensar a história sempre foi uma tarefa significativa para a cultura, especialmente para as artes. Este particular trabalho de memória significa revalorizar e discutir a identidade de um grupo social específico com o qual é possível compreender e agir diante do momento histórico que está vivendo. A preocupação com a forma como a história é apresentada tem estado muito latente nas discussões culturais nas últimas décadas. As chamadas “histórias oficiais” que todo lugar social possui são sempre questionadas e reformuladas em diversos aspectos. Assim, o movimento cultural clama por uma revisão constante dos acontecimentos lembrados ou das memórias herdadas. Há uma preocupação em desenvolver visões a partir de diferentes perspectivas, tendo em conta múltiplos pontos de vista. Como compreender e valorizar nosso passado? Como perceber o presente que nos afeta? Que perspectivas devemos fortalecer para o futuro? São preocupações importantes que sempre nos acompanham. A história compartilhada sempre foi um tema muito poderoso nas artes, com manifestações expressivas na literatura e no cinema. Assim, as artes cênicas também têm levantado vozes vigorosas nesta perspectiva de reflexão. Este tema também tem se entrelaçado com a construção cênica de tendências teatrais renovadas e de linguagens de pesquisa contemporâneas que permitem a reflexão ativa sobre a história em determinados contextos.
Neste Dossiê propomos olhar para a forma como as artes cênicas discutem e refletem sobre diferentes aspectos da sua história. Reunir vozes investigativas que surgiram e continuam trilhando esse caminho. Como a narrativa histórica que recebemos nos afeta? Que história escondida ou esquecida queremos tornar visível? Que parte da nossa história queremos resgatar ou construir? As artes cênicas também se preocupam em mostrar a necessidade de discutir uma construção histórica que é recebida com dúvidas, dores, traumas, saudades, vazios, amores históricos guardados, ilusões perdidas ou ilusões a serem reencontradas. A história afeta, fere e comove porque o presente político e social perturba. Isto tem levado artistas da cena, nas suas diferentes áreas e com diferentes motivações, a esquadrinhar e reencontrar no passado histórico respostas que nos permitam ganhar força como sonho de uma nação, ou como desejo de um grupo social, face às dúvidas que sempre experimentamos.
O século xxi trouxe uma rica fonte de propostas cênicas. Há uma multiplicidade de manifestações entre as quais podemos citar dramaturgias, teatros de testemunha e/ou documentais, estudos de musicologia e espetáculos de dança relacionados a esse tema. Ou seja, conteúdos relacionados à experiência histórica. A reconstrução da trajetória de eventos e processos sociais registrados e recebidos tem sido uma inquietação cultural importante no início deste século. A (des)mistificação dos fatos históricos é uma preocupação que tem instigado muito como fonte ou impulso de criação nas artes cênicas. Possivelmente, este continuará a ser um importante canteiro de criação, pelo que é necessário sensibilizar e dar especial relevância a trabalhos artísticos que apresentem este tipo de discussões perante um público.
Particularmente, na América Latina, a segunda década do século xxi é marcada por um momento comum nos seus diferentes países: datas do bicentenário que comemoram a independência colonial de Espanha e Portugal e o início das suas etapas republicanas. As diferentes celebrações mostraram uma América Latina preocupada com as conquistas e fracassos alcançados até agora. Foram geradas reflexões sobre a história construída, fazendo um balanço de como as experiências sociopolíticas se desenvolveram em cada nação. Diante disso, deliberamos sobre as perspectivas que se vislumbram para o futuro comum. Nesse sentido, a implicação destas datas comemorativas é de particular importância para gerar considerações culturais e as expressões cénicas que se expressam a este respeito.
O século xxi traz também uma tarefa muito importante para os artistas no seu foco de pesquisa: o fortalecimento da memória na história. Esta necessidade surge após o impacto das teorias de Fukuyama sobre o fim da história, dos alertas sociológicos sobre as gerações amnésicas que irromperam no presente século face às perigosas influências do uso da tecnologia e do incontrolável fluxo caótico de informação mediática. Parece que a tarefa do século XXI é fortalecer algo que antes parecia implícito: preservar a lembrança, a memória, a visão do anterior. Nesse sentido também, combater um capitalismo que busca o consumo cego do presente, tornando pejorativa qualquer visão do velho ou do passado.
Este Dossiê busca fortalecer algo que parece estar constantemente fragilizado: a construção da memória. Esta é uma tarefa de absoluta importância nas preocupações culturais globais de hoje. O objetivo é evitar a instalação de um presente amnésico desenraizado da sua experiência histórica. As artes cênicas não deixarão de reagir a esta necessidade trazendo discussões, estudos e construções estéticas em torno dela.
FOCOS TEMÁTICOS
O dossier acolherá textos que articulem teoria e prática, análises de processos ou reflexões críticas sobre a possibilidade de reconstrução e elaboração de uma memória cultural a partir de:
- Abordagens estéticas e políticas nas artes cênicas diante da questão da história e do passado recebido.
- Metodologias de investigação que trabalham com a historicização das criações das artes cênicas: desafios que se colocam à coleta de fontes (redescobertas ou perdidas) e à reconstrução de acontecimentos artísticos.
- Escrita, arquivos e formas de preservação histórica nas práticas culturais cênicas.
- Processos criativos em momentos históricos particulares: questionamentos sobre as abordagens temáticas, a pressão da censura e da crítica no meio social, o contacto com o público receptor, o contexto da produção e a experiência que o artista ou o grupo vive face a isso.
- A poética da história nas produções cénicas contemporâneas: manifestações performativas, criações coletivas, novas dramaturgias, etc.
- O arquivo e o repertório (Diana Taylor): as artes cênicas face à história registada e à história vivida.
Prazo (ESTENDIDO): 15 de abril de 2025
Data de publicação: 15 de novembro de 2025
Apresentação de manuscritos: kaylla@pucp.edu.pe / https://bit.ly/Kaylla_Envio
Instruções para os autores: https://bit.ly/Kaylla_NormasAutores
___________________________________________________________

CHAMADA DE ARTIGOS
DOSSIÊ
KAYLLA N°3
Temporalidades da cena: Geração de mundos e saberes alternativos a partir do corporal e do sonoro
Editoras convidadas: Dra. Leticia Robles-Moreno (Muhlenberg College, EE. UU.) e Dra. Sandra Bonomini (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Brasil).
Prazo: 15 de junho de 2024 (AMPLIADA)
A partir de uma diversidade de expressões, formas, propostas e estéticas-políticas, as práticas cênicas articulam dois gestos potentes: a transformação do espaço que acolhe a cena, e a suspensão do tempo cotidiano. Das peças de autor até as manifestações artivistas no espaço público, as artes vivas estabelecem negociações com os teatros, auditórios, parques, cafés ou grandes avenidas que carregam suas próprias histórias. Por outro lado, essas negociações entre quem cria, e os espaços de criação, geram diálogos entre o presente do fazer, a história e a memória, e abre-se a passagem para o fato criativo que permite a (re)imaginação de futuros possíveis. Assim, da confluência entre cada proposta cênica, a diversidade de sujeitos que a compõem e a carga semântica do espaço que ocupa, emergem novas formas de produção de conhecimento: saberes e fazeres alternativos de temporalidades múltiplas, e em fluxo simultâneo entre passado, presente e futuro.
Neste Dossiê, queremos nos concentrar em propostas cênicas que gerem tais alternativas espaço-temporais, na forma de questionamento da linearidade das espectativas de “produtividade”, “progresso”, “multitasking”, “onipresença” e “maximização” da vida na sua fórmula 24/7 impostas pelos sistemas capitalista, neoliberal e extrativista que ganharam espaço na América Latina. Interessa-nos explorar o lugar do material, do corporal e do sonoro como eixos de produção de formas de ser, fazer, sentir e pensar que permitem imaginar outros mundos possíveis. Perguntamo-nos até que ponto as artes da cena oferecem diferentes modos de relacionamento tanto com nosso ambiente imediato, quanto com territórios naturais, especialmente aqueles que estão em perigo ecológico?
Como é que a sonoridade pode nos transportar para um espaço-tempo em que a pausa, a justaposição melódica e, inclusive, o silêncio revelam a artificialidade e a ocidentalização do espaço-tempo - linear - cujo horizonte seria apenas o futuro? De que forma essas possibilidades configuram-se como modos de resistência e reexistência na contemporaneidade latino-americana hemisférica e global?
Estamos interessados em dialogar com trabalhos que explorem o papel das artes vivas como pontos de imaginação política, reconhecendo especialmente as rotas criadas desde tempos ancestrais pelos saberes e práticas das culturas originárias da América Latina. Nos inspiramos nos diálogos decolonais, interculturais e interdisciplinares de Silvia Rivera Cusicanqui, e nas pesquisas sobre oralidade, corporeidade e temporalidades curvas e espiralares em diálogo com as culturas afrodescendentes de Leda Martins. Em meio a esses contextos queremos pensar coletivamente o que significa criar num mundo em crise e difícil de habitar, onde transformá-lo é uma forma de luta e ocupá-lo se torna um desejo insistente, uma potência revolucionária.
Kaylla recebe artigos acadêmicos, ensaios teóricos, ensaios artísticos, traduções, memoriais, resenhas bibliográficas e de espetáculos em espanhol, português e inglês.
FOCOS TEMÁTICOS
Este Dossiê convida ensaios escritos 'com e contra' a escrita, como articula José Muñoz, onde o texto possa revelar as tensões criativas do encontro entre a multidimensionalidade do corpo e do som, e a linearidade da palavra escrita. Estas reflexões podem incluir:
> Investigações acadêmicas e artísticas que se entendam a si mesmas a partir de formas alternativas de fazer e pensar.
> Análises acadêmicas, artísticas e ativistas de práticas cênicas, corporais e sonoras, que gerem outras possibilidades espaço-temporais.
> Reflexões sobre o "anti-" (anti-neoliberalismo, anti-extrativismo, anti-colonial), que convidem a questionar modelos hegemônicos de pensamento e ação.
> Diálogos com culturas originárias que destaquem formas de transmissão de conhecimento, identidade e memória.
> Co-autorias a duas e três mãos, que ofereçam perspectivas renovadoras sobre a relação entre a escrita e o fato cênico.
> Discussões sobre formas distintas de habitar o espaço-tempo, desde a fronteira, o exílio, a transição, a pausa, o silêncio, etc.
Submissões até: 15 de junho de 2024 (AMPLIADA)
Data de publicação: November 15, 2024
Envios: kaylla@pucp.edu.pe / https://bit.ly/Kaylla_Envio
Diretrizes para autores: https://bit.ly/Kaylla_NormasAutores
________________________________________________________________________________________
DOSSIÊ KAYLLA N°2: Práticas cénicas, cenas de igualdade e mundos em comum
Editoras: Fwala-lo Marin e Leticia Paz Sena (Universidad Nacional de Córdoba, Argentina)
Data limite (estendida): 1 de junho de 2023 - FECHADA

No território das artes performativas é possível reconhecer experiências cujas dinâmicas criativas e estratégias composicionais exibem potencialidades políticas: explorações de formas de estar juntos, invenções de mundos possíveis, apostas para o comum. Os momentos em que essas práticas e processos interrompem a subjetividade neoliberal - aquela que impõe uma lógica económica de eficiência e competição em todas as áreas da vida - podem ser estudados através da configuração do que Jacques Rancière chama de cenas de igualdade em A Noite dos Proletários. Esta categoria do pensamento de Rancière permite observar instâncias em que a ordem dada é suspensa e as lógicas do visível, do dizível e do pensável são transformadas, o que poderia ser entendido como ensaios de outros mundos possíveis.
Este dossier convida a ensaiar aproxima aproximações críticas sobre as práticas cênicas como possibilidades de construção de outros mundos, sensibilidades e formas de habitar o comum. Como os processos criativos ou as práticas de educação artística desafiam a igualdade e a desigualdade na distribuição de papéis, na relação com os espectadores e as comunidades? Como é que os processos criativos em que as relações hierárquicas são colocadas em tensão problematizam as formas como o poder é produzido e distribuído? De que forma as obras e a criação nas artes performativas fraturam a habitual atribuição da palavra e retrabalham as narrativas do mundo? Através de que desafios éticos e estéticos é que a prática artística reforça o seu carácter político e reconfigura as visões do comum?
Chamamos a trabalhos que estudem ou auto-examinem as práticas performativas de artistas, educadores, grupos, gestores ou comunidades cujas lógicas de trabalho expandem as possibilidades de criação através de diferentes estratégias: explorações do coletivo, experimentação de linguagens, formas alternativas de construção de arquivos, questionamento de hierarquias e a especificidade dos papéis, entre outras.
A pesquisa centrada nas práticas e processos artísticos permite uma compreensão profunda da produção, dos seus participantes e das concepções que orientam o seu trabalho. Neste âmbito, as contribuições dos artistas-investigadores, devido à sua particular ligação entre criação e pensamento, reforçam e alargam tanto as questões como as vias metodológicas para a pesquisa a partir de, sobre ou para a arte.
Neste número, Kaylla acolhe artigos académicos, ensaios teóricos, traduções, memórias, resenhas de livros e críticas de desempenho em espanhol, português e inglês.
FOCOS TEMÁTICOS
O dossie receberá trabalhos que articulem teoria e prática, revisões de processos ou reflexões críticas sobre a possibilidade de transformar o mundo do possível desde:
- Modos do coletivo em processos criativos (particularidades da encenação, interpretação, composição, performance, etc.), peças cénicas, experiências educativas, projetos comunitários.
- Processos criativos: questionamento dos roles criativos, hierarquias, a enunciação da palavra coletiva ou individual, o seu contexto de produção e a experiência que os percorre.
- Formações e poéticas de representação, performance e interpretação cénica.
- Escolhas estéticas e políticas nas artes do espetáculo.
- Metodologias de pesquisa dos processos artísticos: desafios na abordagem da própria prática ou na observação de experiências efémeras.
- Textos, arquivos e formas de sobrevivência nas práticas cénicas.
Data limite: 15 de maio de 2023 - FECHADA
Data de publicação: 15 de novembro de 2023

