O caráter anticolonial da luta contra o racismo no Brasil

Autores

  • Susana de Castro Universidade Federal do Rio do Janeiro https://orcid.org/0000-0001-6290-2729

    Professora Associada IV de Filosofia da Universidade Federal do Rio do Janeiro (UFRJ) e do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da UFRJ. Coordenadora do Laboratório de Pesquisa Antígona de filosofia e gênero.
    Email: susanadec@gmail.com.

DOI:

https://doi.org/10.18800/debatesensociologia.202101.002

Palavras-chave:

Branquitude, Colonialidade do poder, Ferida colonial

Resumo

O texto pretende analisar o impacto da escravidão colonial no Brasil para as relações sociais nos dias de hoje. O objetivo do texto é refletir porque no Brasil, ao contrário do que ocorreu, por exemplo, na Alemanha após o regime nazista, não ter sido fomentado um sentimento de vergonha, que levasse a culpa e reparação pelo genocídio da população indígena e negra. Minha hipótese é a de que a naturalização e a normalização desses fatos contribuem para a permanência da colonialidade do poder, isto é, de uma distribuição desigual do poder baseada em uma hierarquia entre as raças, e seus efeitos, os racismos estrutural, institucional e cotidiano no Brasil. O/a brasileiro/a tem a ‘branquitude’ como meta e despreza suas origens não europeias. Essa colonização do imaginário conduz a nossa subordinação intelectual e política. Enquanto a população não for capaz de enfrentar o trauma do escravismo, e entender que precisa exigir das autoridades políticas e elites econômicas reparação pelos danos e sofrimentos causados, continuaremos seguindo um ethos colonial, reproduzindo padrões sociais raciais eurocêntricos.

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Publicado

2021-11-16

Como Citar

de Castro, S. (2021). O caráter anticolonial da luta contra o racismo no Brasil. Debates En Sociología, (52), 31–42. https://doi.org/10.18800/debatesensociologia.202101.002