«¿Quem é que não quer que a sua escola fique lá em cima?»: vozes que ecoam diante das avaliações externas brasileiras aplicadas nas escolas da microrregião no Ubá / MG

Autores

  • Isabela Pereira Vicente Universidade Federal de Viçosa

    Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal de Viçosa. Atuou com atividades de monitoria, na qualidade de monitora, e como bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência (PIBID). Foi voluntária e bolsista em projetos de extensão com temáticas
    interdisciplinares envolvendo educomunicação, cultura, direitos humanos, justiça, educação e saúde. E também foi bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pesquisando os seguintes temas: educação, formação docente e políticas públicas educacionais. Contacto: belinhavicente@gmail.com

  • Cristiane Aparecida Baquim Universidade Federal de Viçosa

    Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal de Viçosa, mestre e doutora em Educação pela Universidade Federal de São Carlos, pós-doutoranda em educação pela Universidade do Porto/Portugal. Atualmente é docente da Universidade Federal de Viçosa, na área de Gestão da
    Educação, tendo já assumido cargos como Coordenadora do curso de Pedagogia, Coordenadora institucional do Laboratório Interdisciplinar de Formação de Educadores, Coordenadora Pedagógica do Programa de Apoio aos Dirigentes Municipais de Educação e membro do
    Conselho Municipal de Educação da cidade de Viçosa/MG. Desenvolve e orienta pesquisas especialmente na área de Políticas Educacionais e Legislação de Ensino. Contacto: cristiane.baquim@ufv.br ou cbaquim@hotmail.com

  • Heloisa Raimunda Herneck Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)

    Pós-doutorado na Universidade Federal do Espírito Santo, com pesquisa desenvolvida em Coimbra/Portugal na área de Formação Continuada de professores e sexualidade. Doutorado e Mestrado em Educação na Universidade Federal de São Carlos. Graduou em Pedagogia pela
    Universidade Federal de Viçosa, onde atualmente atua como professora adjunta no Departamento de Educação. Orienta pesquisas no Mestrado em Educação da UFV com projetos nas áreas de Formação de Professores, Gênero e Cotidianos, Rede Social, Políticas Educacionais na linha de
    pesquisa Memória, Instituições e Subjetividade. Contacto: hherneck@ufv.br

DOI:

https://doi.org/10.18800/educacion.201701.006

Palavras-chave:

trabalho docente, avaliações externas, políticas educacionais, Microrregião de Ubá-MG

Resumo

O objetivo do artigo é apresentar os resultados de uma pesquisa que analisou o
impacto das avaliações externas no trabalho docente em escolas públicas da
microrregião de Ubá (MRUbá), Minas Gerais. A metodologia contou com uma investigação realizada em três escolas, observações in loco, entrevistas semiestruturadas com professoras, pesquisa bibliográfica sobre o tema e análise
qualitativa dos dados. As «vozes» que ecoaram das escolas sinalizaram para a lógica da prestação de contas, da responsabilização, das pressões por resultados, da (des) crença no IDEB, dos aspectos relativos à competição, dentre outros. Os dados nos possibilitaram perceber que os professores são muito afetados pelo atual modelo avaliativo, cujos mecanismos de mensuração o culpabilizam e também à escola, além de gerarem rankings que estão cada vez mais reforçando um ambiente competitivo.

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Publicado

2017-04-12

Como Citar

Pereira Vicente, I., Baquim, C. A., & Herneck, H. R. (2017). «¿Quem é que não quer que a sua escola fique lá em cima?»: vozes que ecoam diante das avaliações externas brasileiras aplicadas nas escolas da microrregião no Ubá / MG. Educacion, 26(50), 104–122. https://doi.org/10.18800/educacion.201701.006

Edição

Seção

Artículos